a rapariguinha do shopping (R. Veloso)
Acrylic on canvas
180 (90 + 90) x 150 cm, diptych, 2010
|
o ladrão de galinhas / the chicken thief
Acrylic on canvas
170 x 150 cm (75 + 75) diptych, 2009
|
à volta da mesa / around the table
Acrylic on canvas
100 x 180 cm (100 + 80) diptych, 2010
|
debaixo da cama / underneath the bed
Acrylic on canvas
160 (80 + 80)x 120 cm diptych, 2010
|
caça aos patos / duck hunt
Acrylic on canvas
140 x 160 cm (80 + 80) diptych, 2010
|
o quadro da luz
Acrylic on canvas
80 x 200 cm (100 + 100) diptych, 2010
|
o pintor / the painter
Acrylic on canvas
120 x 180 cm (90 + 90) diptych, 2010
|
(scroll down for english version)
DUPLOS apresenta uma série de pinturas em formato díptico, e em cada uma, duas perspectivas de uma única situação. Duas imagens sinónimas que, pertencendo ao mesmo evento, representam momentos diferentes.
Ao trabalhar esta duplicidade de visão, amplia-se a capacidade de abarcar a acção e os seus elementos. Como na linguagem, uma ideia entende-se melhor quando se dão vários sinónimos. De certo modo tende-se a completar o significado da ideia, e assim possuir uma percepção mais íntegra do sucedido. Mas aqui a intensão do díptico é a de prolongar o tempo ou o percurso da apreensão da imagem, e não a de esclarecer sobre a situação representada. A ligação entre as duas imagens, sugere um campo de dados que despertam no espectador a curiosidade de desvendar o desenvolvimento completo da acção. O formato díptico de algum modo explica, aclara, dá mais informação, mas mantém a ambiguidade.
A apresentação de duas imagens consecutivas cria um movimento em sequência, uma sequência fílmica, que nos reporta para a imagem em movimento, se bem que a pintura possua outro tempo de percepção, outro tempo para introduzir o espectador na leitura da imagem. O espectador coloca-se dentro do trajecto entre uma imagen e a outra.
As imagens apresentadas nesta exposição continuam a linha conceptual de trabalhos anteriores: situações quotidianas, reconhecíveis, que evocam fenómenos que não chegam a ser extraordinários, mas que saem da linha do comum, “quase não são especiais”. Em DUPLOS o modo de representação é outro, a imagem dupla, o díptico. A duplicidade de pontos de vista no espaço e no tempo quebra e multiplica a apreensão do fenómeno.
Joana Lucas
Berlim, Maio de 2010
_________________________________
DUPLOS presents a series of paintings in diptych format, and in each one, two perspectives of a single situation. Two synonymous images that, belonging to the same event, represent different moments.
By working on this duplicity of vision, the ability to embrace the action and its elements is increased. As in language, an idea is best understood when several synonyms are given. In a way, it tends to complete the meaning of the idea, and thus have a more complete perception of what happened. But here the intention of the diptych is to prolong the time or the path of apprehension of the image, and not to clarify the situation represented. The connection between the two images suggests a field of data that arouses the spectator's curiosity to unveil the complete development of the action. The diptych format somehow explains, clarifies, gives more information, but maintains the ambiguity.
The presentation of two consecutive images creates a movement in sequence, a film sequence, which reports us to the moving image, although the painting has another time of perception, another time to introduce the viewer into the reading of the image. The spectator places theirselves within the path between one image and the other.
The images presented in this exhibition continue the conceptual line of previous works: everyday, recognizable situations that evoke phenomena that are not extraordinary, but that go beyond the ordinary, "almost not special". In DUPLOS the mode of representation is another, the double image, the diptych. The duplicity of points of view in space and time breaks and multiplies the apprehension of the phenomenon.
Joana Lucas
Berlin, May 2010