untitled Acrylic on canvas 100 x 150 cm, 2005 |
untitled |
Acrylic on canvas 120 x 160 cm, 2005 |
untitled Acrylic on canvas 81 x 160 cm, 2005 |
untitled Acrylic on canvas 65 x 170 cm, 2005 |
untitled Acrylic on canvas 75 x 160 cm, 2005 |
untitled Acrylic on canvas 65 x 170 cm, 2005 |
untitled Acrylic on canvas 65 x 150 cm, 2005 |
untitled Acrylic on canvas 81 x 140 cm, 2005 |
untitled Acrylic on canvas 75 x 160 cm, 2005 |
untitled Acrylic on paper 150 x 100 cm, 2005 |
untitled Acrylic on paper 100 x 70 cm, 2005 |
“é...”
(scroll down for english version)
São presenças que se impõem sem afirmar nada.
Estas são imagens de estímulo. Imagens que me fazem reagir, ou ficar na não reacção que precede a necessidade de construir o sentido, um sentido, ou um reconhecimento. Esta paragem é o momento de bloqueio face ao ambíguo, face à falta de afirmações, que leva à construção de hipóteses que venham colmatar este vazio, preenchendo-o com algo que se reconhece.
Mais do que chegar a uma ideia ou a uma solução para a imagem, interessa-me o lugar anterior, onde ainda há o que construir.
Diria que são fotografias, mais do que pinturas. A pintura aqui é o processo que me dá o tempo de reflexão sobre o estímulo, o que me permite abstraccionar a realidade para poder voltar a entrar na imagem. A pintura é aquilo que relativiza a aparência real que tem a fotografia. É uma tradução, uma manipulação mínima. Tirar à fotografia a sua apresentação técnica e confundi-la com outra técnica, para que só reste a imagem.
Imagens de presenças humanas, de um ambiente humano que quase nada diz, que pouco fala, mas não deixa de mostrar a sua presença e dar indícios de uma acção.
Se alguém ouve a campainha, sabe que há alguém à porta. Este é um lugar de conhecimento, no sentido em que é certo que há uma presença. É o reconhecimento o que falta, e esta é a possibilidade de construção.
Joana Lucas
Berlim, Novembro de 2005
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“é...”
These are presences that are imposed without asserting anything.
These are images of stimulus. Images that make me react, or remain in the non-reaction that precedes the need to construct meaning, a sense, or a recognition. This stop is the moment of blockage in the face of the ambiguous, in the face of the lack of affirmations, which leads to the construction of hypotheses that come to fill this void, filling it with something that is recognized.
More than arriving at an idea or a solution to the image, I am interested in the previous place, where there is still something to build.
I would say that they are photographs, more than paintings. Painting here is the process that gives me the time to reflect on the stimulus, which allows me to abstract reality in order to be able to re-enter the image. Painting is what relativizes the real appearance that photography has. It is a translation, a minimal manipulation. To take from photography its technical presentation and confuse it with another technique, so that only the image remains.
Images of human presences, of a human environment that says almost nothing, that speaks little, but shows its presence and gives signs of an action.
If someone hears the bell, they know that there is someone at the door. This is a place of knowledge, in the sense that it is certain that there is a presence. It is recognition that is missing, and this is the possibility of construction.
Joana Lucas
Berlin, November 2005